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quinta-feira, 26 de maio de 2011

ESCULTURA DE MENINA (PORTUGUES)

Cabelo solto, virgem, como anjo da guarda
pele de nácar, lábios de canto e voz de cristal,
era esta menina linda de bochechas rosadas
com quinze anos divinos e voz de carnaval.

Um piercing ancorado na pele e na alma tinha
que a lembrava de sonhos de nunca acabar,
assim simplificou este mundo de contas incertas
de noites, de pedras com as aguas do seu mar.

Eram tantos os sonhos que tinha tatuados nos ossos
que sua pele não alcançava, não alcançava mais,
e eu estava nesse dia aquela tarde florida
onde seus olhos arderam sem parar de brilhar.

Ela nunca diria que a vida foi um barco sem âncora
porque outro anjo como ela velava seu andar,
um anjo com mãos de orvalho, beijos de berço e manta
com grandes olhos de esponja e cristais de mar.

Esta mulher de outro mundo estava sempre atenta
com fotos na pele, “click” nos dedos e lentes no olhar,
ia presenteando os sorrisos de flor nos seus lábios
com imágens roubadas sem ver o tempo passar.

Lá onde o orvalho bem próximo do sol, ela vive
no arco-Íris que desenham seus sonhos sem final,
e todos os dias de manhã aparece feliz e dormida
na janela dos olhos da Vanusa, sua nave maternal.

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