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quinta-feira, 30 de junho de 2011

DIA DE ADEUS (PORTUGUES)


Tenho as mãos apertadas, desfeitas
como se estivessem mortas,
como se o gelo tivesse feito seu lar dentro dos ossos
e as veias não servissem mais para esquentar o sangue.

Minha alma esta esfolhada
sobre esta tristeza que me gela, me espanta,
sem saber como descobrir o caminho do prazer
sem saber com encontrar mais nada...

Neste dia sem surpresas, sinto meu sorriso enferrujado
e não tenho mais tempo para descobrir este caminho,
que se perde na distancia,
revela os secretos mais absurdos
enquanto faz tremer as mesmas mãos
que acariciaram um dia as madeixas de teu cabelo.

Desde esta terra de ninguém vejo tua alma arder
e sem aguardar por permissão sai desbocada
como numa corrida contra o tempo,
sais da casca impaciente onde fabricas os beijos
que ganhaste antes de ser tu mesma
te amanheces e resurges pintada com tintas de carnaval,
renasces como para não voltar a dormir
fazes o jogo como para nunca mais perdê-lo.

Nossas luzes nos mostram o caminho das pedras
que insistem em deter estes passos que tentamos,
nos ensinam a paisagem deste cruel oceano,
que promete o fundo de seu poço com tal de não se perder,
de não se perder...

Mas não devemos esperar pelo próximo verão
para esquentar nossos corpos inspirados e serenos,
merecemos cada onda que rompe, cada onda que cega
embora os pedaços nos firam a pele e a esperança.

Sei que ainda
nos sobram varias razoes para amar nossos corpos
pois nossas almas já se amavam desde o tempo dos golfinhos,
desde a época em que fazíamos desenhos de corações com tinta vermelha
e os vestidos eram tão curtos como a nossa memória.

Te proponho andar um pouco mais,
grudados pelo esqueleto como fantasia de aluguel,
para aprender mais de nossa sede, e beber a vida como vinho tinto,
olhando aos olhos sem pedir mais nada,
até que nos percamos de tudo
inclusive de nós …

DIA DE ADIOS (ESPANOL)


Tengo las manos apretadas, desechas
como si estuvieran muertas,
como si la escarcha hubiera hecho su hogar en mis huesos
y las venas no sirvieran más para calentar la sangre.

Mi alma esta deshojada
sobre esta tristeza que me hiela, me espanta,
sin saber como descubrir el camino del placer
sin saber como encontrar mas nada...

En este dia sin sorpresas, siento mi sonrisa oxidada
y no tengo mas tiempo para descubrir este camino,
que se pierde en la distancia,
revela sus secretos mas absurdos
mientras hace temblar las mismas manos
que acariciaron un dia las madejas de tu pelo.

Desde esta tierra de nadie veo tu alma arder
que sin esperar por permiso sale desbocada
como en una carrera contra el tiempo,
sales de la cáscara impaciente donde fabricas los besos
que ganaste antes de ser tú misma,
te amaneces y resurges pintada con tintas de carnaval,
renaces como para no volverte a dormir,
haces el juego como para nunca más perderlo.

Nuestras luces nos muestran  el camino de las piedras
que insisten en detener estos pasos que intentamos,
nos enseñan el paisage de este cruel océano
que promete el fondo de su pozo con tal de no perdernos,
de no perdernos...

Pero no vamos a esperar por el próximo verano
para calentar nuestros cuerpos inspirados y serenos,
merecemos cada ola que rompe, cada onda que ciega
aunque los pedazos nos hieran la piel y la esperanza.

Sé que todavia
nos sobran varias razones para amar nuestros cuerpos
pues nuestras almas ya se amaban desde el tiempo de los delfines,
desde la época en que hacíamos dibujos de corazones con tinta roja
y los vestidos eran tan cortos como nuestra memoria.

Te propongo andar un poco más,
pegados por el esqueleto como fantasía de alquiler,
para aprender más de nuestra sed y beber la vida como vino tinto,
mirando a los ojos sin pedir más nada
hasta que nos perdamos de todo,
inclusive de nosotros mismos ...

UMA VEZ (PORTUGUES)


Uma vez eu disse para mim
que as aranhas são tão boas malabaristas
que nunca caem desde sua distância.

Assim como os pensamentos elas ficam penduradas,
se mantém quietas à espera de uma brisa,
vão de um lugar a outro sem perder sua ancora
olhando ao mundo bem por cima do sol.

Ouvi também que este mundo de Deus
não merece nosso sangue, nossas lágrimas, nem nossos corpos,
mas acontece que este é o último que ainda resta
depois que caiú aquele dilúvio, depois que o fogo consumiú
todo o ar que havia na tarde em que te roubei o primeiro beijo.

Este mundo não é mais inocente de nada
e as culpas se esparramam como num torneio de luzes verdes.
Não nos parecemos com os anjos e nossas águas
já não são tão claras como o charco que um dia lavou tuas pernas
depois que eu te fiz amor.

Uma vez, ou tal vez duas
me lancei de tais abismos que as pernas no responderam,
não se prepararam para a queda, a agonia
que se repete todas as noites quando sonho
que no estás debaixo de mim, nem dentro de mim...

Queria ser como as aranhas
para me pendurar de tuas horas nas tardes tristes,
sinto que meus braços não resistem mais estas verdades
que chegam como avalanches, como dardos
desde cima, desde fora e desde dentro.

Queria perpetuar-me nesse vaivém que tu corpo me obriga
sim terminar nunca, sem esperar muito de teu sorriso,
para enrolar-te numa madeixa de fios bem finos
depois de sugar teu suco sem te deixar escapar
sem te deixar morrer, sem deixar que me mates
como viúva negra depois do prazer.

Vou examinar cada suicídio que tenho em solitário
onde mato sem piedade, sem lastima
as ganas de querer teu corpo cada noite frente ao espelho.

Vou esperar que tu voz apareça e te sinta tão real
como esta solidão já conhecida, já explorada,
já acostumada a viver deste silencio
que amordaça meus lábios e confunde os sulcos
desenhados na minha pele cheia de lembranças.

UNA VEZ (ESPANOL)


Una vez me dije que las arañas
son tan buenas malabaristas
que nunca se caen desde su distancia.

Así como los pensamientos se quedan colgadas,
se mantienen quietas a la espera de una brisa,
van de un lugar a otro sin perder el ancla
mirando al mundo por encima del sol.

Una vez oí que este mundo de Dios
no merece nuestra sangre, nuestras lágrimas ni nuestros cuerpos,
pero sucede que es el último que nos queda
después que cayó aquel diluvio, despues que el fuego consumió
todo el aire que existía en la tarde en que te robé el primer beso.

Este mundo no es más inocente de nada
y las culpas se desparraman como en un torneo de luces verdes.
No nos parecemos a los ángeles y nuestras aguas
ya no son tan claras como el charco que un día lavó tus piernas
después de que te hice el amor.

Una vez, o tal vez dos veces
me lancé de tales abismos que las piernas no me respondieron
no se prepararon para la caída, la agonía
que se repite todas las noches cuando sueño
que no estás debajo de mí, ni dentro de mí...

Quería ser como las arañas
para colgarme de tus horas en las tardes tristes,
siento que mis brazos no resisten más estas verdades
que llegan como avalanchas, como dardos
desde encima, desde fuera y desde adentro.

Quería perpetuarme en ese vaivén que tu cuerpo me obliga
sin terminar nunca, sin esperar demasiado de tu sonrisa,
para envolverte en una madeja de hilos bien finos
después de chupar tu jugo sin dejarte escapar
sin dejarte morir, sin dejar que me mates
como viuda negra después del placer.

Voy a examinar cada suicidio que tengo en solitario
donde mato sin piedad, sin lástima
las ganas de querer tu cuerpo cada noche al frente de tu espejo.

Voy a esperar que tu voz aparezca y te sienta tan real
como esta soledad ya conocida, ya explorada,
ya acostumbrada a vivir de este silencio
que amordaza mis labios y cofunde los surcos
dibujados en mi piel llena de recuerdos.