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sexta-feira, 17 de junho de 2011

FIM DE LINHA (PORTUGUES)


Hoje o dia nasceu ferido
e parecia chover
mas eram apenas facas
de lágrimas nos dedos,
justo quando teu perfume
matou de um suspiro a tarde
e só vi teu adeus
como um desespero.

Bem parece uma viagem
de sonhos e nostalgias
que termina na estação
tantas vezes percorrida,
tantas vezes manuseada
entre árvores e agonias
tantas vezes prorrogada
tanta vezes socorrida.

Não é verdade a sombra
que nos fechou o caminho
nem a grama cortada
com tuas mãos de vento,
não acredito na canção
que tua boca fez espinho
nem os pés que derrubaram
os passos que eu ainda tento.

Esta vida nos fez
prisioneiros do corpo
e o oxigênio nos corta
em pedaços como escórias,
teremos que sobreviver
a este mar no deserto
antes que a água termine
nos queimando a memória.

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