Uma vez te vi
cruzando um aguaceiro
no meio da noite
entre cadeiras e mesas
e o melhor era
fugir de todos meus medos
embriagar meus anseios
e ativar minhas defesas.
Hoje te vejo nos meus lençois
quando sonho contigo,
perco sem pensar
minhas horas travessas
rastreio teus labios
nos meus sonhos proibidos
e acaricio teu corpo
com minhas mãos desfeitas.
Hoje te vejo andar
no meu mundo sem histórias
nas noites de vinho,
nos dias que revelam
as vezes em que menti,
que sofri e nas glórias
te vejo as vezes dentro
do meu mundo sem estrelas.
Não quero mais ouvir
neste dia de fevereiro
neste dia cor de chumbo,
que quero ter-la
o conselho que meus amigos
sempre me repetem:
“estás muito velho já,
para sonhar com ela!”
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