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terça-feira, 23 de agosto de 2011

OS SANTOS SEMPRE SE SALVAM (PORTUGUES)


Os santos nunca perdem.
Permanecem bem perto de nós para nos salvar
com seu corpo de gesso e tinta,
fazem fila para saber nossos fracassos e culpas
como se quisessem se imolar, se afogar por nós
no mesmo suor salgado que nos serve
para conservar a alma da ferrugem e do desperdício,
dos beijos e dos furacões.

Os santos sempre se salvam.
Se escondem debaixo de seus vestidos dourados
que arrastam pelo chão como uma cruz de lágrimas.
Nos dizem como viver, como sonhar neste mundo azul,
neste mundo onde Deus os escolheu para salvar
o homem que o traiu com a cruz ou com a espada.

Os santos sempre voltam.
Se ajoelham na borda da cama,
nos prometem a vida eterna em troca de nos arrepender
dos pecados que nunca gastamos
por falta de tempo ou de coragem.

Nesse momento de fraqueza e sem o menos pudor
nos oferecem com as mãos abertas, um pouco de saúde
no céu da boca dos que recitam os versos do livro sagrado
que nos redimirá eternamente dos nossos pesadelos
e dos nossos medos ...

Os santos sempre se salvam
ajoelhados ali, na beira da calçada
enquanto nós ficamos a comer as culpas
que um dia nos deixaram como herança
os profetas destruidores de corpos,
os eternos inquisidores de almas.

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