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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

CANTO A TRES PONTAS (PORTUGUES)


Terra santa de músicos e artistas
declaras teu amor ao vento, vencedora
destilas tuas rimas e versos em revistas
e no peito dos corações que te adoram.

Sonho com teu verso enquanto deliro
sobre o rio dos tantos que te aclamam,
és tu a estrela, a razão de ser, o suspiro
és tu a vedete que arde como chama.

Teus muitos filhos bastardos te revelam
quanto amor ainda conservas em teu peito
em tuas ruas, tuas casas, tuas fazendas
em teu mar represado, em teus segredos.

Deste berço ao meu corpo como sutil espírito
cantaste melodias aos meus pés estranhos
famintos de quilômetros, charcos e de ritos
sedentos de ficar nus em meio do oceano.

Sempre eu volto, embora não o creias
sempre estás em mim, terra sagrada
pendes da minha memória como teia
tatuada no meu braço vais firme, agarrada.

São teus cafezais teu pão e teu vinho
e como cabeleira a penteias orgulhosa,
em teus frutos torrados repartes o carinho
na negra bebida que recitas como prosa.

Mostras a sensualidade de tuas mulheres
que ao sul das Gerais já nascem formosas,
e como rios de mel destilam seus prazeres
nos braços de tuas montanhas generosas.

Verde sempre serás e nunca defunta
cedo em vez de tarde, foste a primeira
em aninhar teus filhos sem fazer perguntas
na morte serás sempre última, derradeira.

Três versos tenho na ponta de meus dedos
e com uma bituca acenderei teus encantos,
e sem estorvos, com fé e sem segredos
os devolverás ao mundo com teus cantos.

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