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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

EVOLUÇÃO (PORTUGUÊS)



Nasci no penúltimo mês do ano
algo prematuro e embrulhado em panos
e entre as pernas da minha mãe
a vida surgiu como uma canção,
me escorri ágil como uma serpente
e ante o olhar atento de muita gente
me transformei em todo um escorpião.

As fotos que o meu pai fazia
com suas luzes enchiam minhas retinas
enquanto dava corda ao meu relógio
para não chegar atrasado á grande festa
que começaria depois de dormir a sesta
onde os grãos na minha pele inauguraram
minhas esperanças com o estirão.

Nadava entre as águas desta vida
bebia as consignas transfundidas
que nos anos de ouro me dava a revolução,
cheio de sonhos me vesti com bandeiras,
com slogans que eram como trepadeiras
num futuro camuflado numa pele de camaleão.

Lembro da minha mãe como uma princesa
que cheia de doçura e de beleza
realizava os sonhos que lhe nasciam no coração,
lembro de meus avós, do meu pai com sua moto,
do mar particular, meus brinquedos e das fotos
que congelavam minha alma em papeis sem cor.

Na escola as meninas me namoravam com recados
que com dissimulo deixavam na mão
da minha irmã em papeis de embrulhar bombom,
nos tempos em que ficava com medo dos beijos
nos tempos em que não sabia o que eram os excessos
nos tempos em que tinha muito medo do amor.

Num dia desses que não acabam
deixei que um par de pernas me roubassem
o que ainda conservava de temor
na beira da praia onde minhas cuecas
me ruborizaram a pele enquanto elas
se encheram de sal antes da paixão.

Lembro que conversava com as plantas
que me presenteavam suas raízes como santas
quando as luzes desapareciam com o apagão,
a elas lhes cantava minhas próprias vergonhas
cantarolava minhas canções e minhas promessas
no jardim da casa de oitenta e dois.

Perto do mar com as borbulhas do dia
fazia realidade todas as fantasias
que me surgiam da alma como una canção,
quando meus pais me deram sem amarras
a música embrulhada numa guitarra
justo o dia em que me fiz doutor.

Vivi com as poesias dentro da cabeça
com meus sonhos cheios de beleza
quando diagnosticava infecções
quando tratava a dor,
não sabia que este violão um dia
curaria as tristezas e me daria
as asas que fariam voar o meu coração.

Justo quando mais o necessitava
e quando menos o esperava
perdi meu velho de um supetão
como se perde a vida quando morres
quando perdes a noção, quando te feres
quando te esqueces da letra de uma canção.
Foi-se embora e me deixou sem sua presença
sem seus beijos, seus conselhos, sem sua essência
se foi e me deixou sem sua emoção
como se me castigassem pelas vezes que maldisse
pelas vezes que blasfemei quando eu disse
que sempre ficaria bem longe de Deus.

Assim se romperam meus espelhos
nesse furacão de lágrimas sem conselhos
nesse imenso turbilhão sem razão,
nesse mar de hormônios e de fogo,
de barcos, de livros e de jogos
de historias que no terminam, de paixão,
como um manancial de duvidas e rancores
de corações partidos e de dores
de ausências que enchem a alma
de qualquer mortal que perde a voz.

Em aqueles tempos em que as estrelas
acima de outro coche não podiam luzir mais belas
cultivei amigos que somavam mais de dois
me iniciei na arte das ressacas
comecei a usar melhor as escadas,
e aprendi a beijar cada vez melhor.
Wicho, Ricardo e os dois Humbertos
Evelyn e Galia não me dirão que minto
si digo que queria sempre ser o melhor,
melhor na arte de continuar vivo
de não vegetar, de não vender meu destino
por quimeras ou por sonhos sem valor.

Como guardião do corpo dos enfermos
aprendi coisas que se eu te conto
o tempo seria curto, não me alcançaria a voz:
por exemplo, sei que o bocejo é contagioso
que não funcionas bem se estás nervoso
que as lágrimas não se escondem da dor,
que o coração não guarda os sentimentos,
que o amor não se cura com cozimentos
e que estar vivo é quase um dom.

Vivi na Havana, sem ser o mesmo de antes
bebi caravanas de sentimentos gigantes,
conheci a Silvio a través de sua canção,
ouví a Queen, aos Beatles e a Pink Floyd
Serrat e Mayito me mostraram o que eu sou
Martí e Benedetti me presentearam sua emoção
e com suas poesias enchi meus pulmões
me senti grande, alimentei os furacões
que ainda vivem dentro do meu coração.

Nisso chegou Beatriz vestida de poemas
como um doce, como um presente, como uma gema
com as mãos vazias e cheias de amor,
descobri a origem e o preço de tudo
da distância, do final e do lodo
dos presentes que o corpo te oferece
quando te apaixonas por uma ilusão.

Por volta dos anos noventa
quando ainda não tinha feito meus trinta
a Perestroika chegou às fronteiras da razão
suas ondas soaram tão alto que não ouvia
o que na televisão alguém me dizia
e como um verme que vira uma mariposa
me vesti com roupas novas e cinturão,
amarrei às costas todos os sonhos
que tinha nas noites como desenhos
e meu dias ficaram tão quentes
como o inferno depois do armagedón,
contava minhas costelas uma por uma
queria gritar como o faz um cachorro à lua
queria voar com minhas asas
queria cantar com minha própria voz,
queria tecer meus horizontes
queria possuir as cidades e os montes
queria viver sem que alguém me dissesse
o que eu podia fazer e o que não.

Quando meus sonhos tanto assim cresceram
que não cabiam mais no corpo inteiro
me escorri usando as asas de um avião
que voou sobre longas serpentes d'água
sobre lençóis de luz que nunca terminavam
sobre colchões de árvores e de sol.

Fugi dos longos dias sem estrelas
dos uniformes militares, das promessas
que nunca cumpriram os que diziam
ser os donos da razão,
os que laceraram minha inocência como um grito
nas noites em que ser livre era um mito
fugi de mim mesmo para virar "eu".

Cheguei voando finalmente à terra
que via desde sempre nas estrelas
quando vestia minhas roupas de gladiador
aqui onde o samba parece com a rumba
aqui onde a música não tem tumba
vestiram-me de dissidente sem perdão.

Segui meus instintos, cumpri minhas promessas,
convencido de minhas asas e minha destreza,
decidido a vingar todos aqueles anos
que sempre negaram-me com argumentos sem valor
esconderam de mim o mundo e os caminhos
esses que agora me levam a milhares de destinos
que se desenham ante meus olhos de explorador.

No mesmo coração das Três Pontas
conheci a uma menina sem fazer perguntas
que tinha no corpo cascavéis e rum,
e nas noites em que junto a ela dormia
nas armadilhas de suas fantasias eu caía
cheias de aventuras de perder a razão.
Nas Minas Gerais sobrevivi a suas unhas curtas,
a sua língua perversa, a seu corpo sem portas
a suas nádegas belas e a seu sexo de rebelião,
ela nasceu para viver debaixo da minha cintura
feita de nuvens como uma coisa pura
ela tinha nascido para ser canção,
quando cada madrugada se vestia de festa
e entre os lençóis me regalava seu néctar
ressuscitava minha pele entre os carnavais de estação.

Segui os passos que me presenteou a vida
e encontrei os olhos de uma menina
que eram como um sonho, como una visão
cheia de amanhecer na sua mirada
num quase novembro com sua chegada
sem pedir permissão assim apareceu
enquanto me fazia jurar frente ao espelho
que seria seu pai até que eu fosse um velho,
que cuidaria dela até o armagedón.
Lhe prometi que venceria "os malvados",
que faria uma guerra de doces com soldados
que mataria os ódios do coração,
que construiria imensos castelos de areia,
conquistaria terras e a chamaria de "nena"
que calmaria as dores com meu escudo de curador.

Chego finalmente até estes putos dias
enquanto digo para mim que tudo esta muito bem,
e por que não estaria?
porque o abdômen não cobre meus genitais,
os cabelos ainda não estão brancos,
e tenho boas energias para fazer o amor,
ainda fabrico centos de horizontes
com os braços que me sobram,
com a voz que não se rompe,
com os poemas que minha alma violam
com minhas costas feridas, com a voz,
com minhas mãos e seus dedos intactos
com meus versos, minhas auroras, com os cantos
daquele violão que abriu as largas portas do amor.

Aqui estou comemorando aniversários
entre amantes, donzelas e entre os anos
com garrafas de vinho, desejos satisfeitos
promessas cumpridas e viagens de avião,
ressuscitando palavras, descobrindo países,
matando leões e comendo perdizes
tratando de me salvar do olvido
e fazendo minha própria revolução.

Sei que sou eterno enquanto eu estiver vivo
neste mundo em que os destinos
vem tatuados no coração,
sei que morro um pouco se não toco teu corpo
sei que ando desnudo como um anjo perverso
quando sou expulso do teu mundo como um ladrão.

Trago comigo todos meus aniversários
meus erros, minhas vergonhas e os longos anos
que dentro da minha mochila tornaram-se melhor.
Conservo o que melhor herdei da vida
minhas frutas frescas e também as comidas
e todas minhas amantes que sempre cabem
no buraco do meu coração.

Hoje sei quem eu sou, sei o que me aterra
sei que os ódios vivem debaixo da terra
sei que ser feliz tem gosto de emoção,
sei que o amor é um sentimento divino
que meu beijo não será nunca proibido
se a minha boca quer beijar este mundo de cor.
Hoje sei que meus passos são o caminho
que ser feliz é o meu único destino
que meu combustível é ainda a paixão,
aprendi que sem meus poemas não sobrevivo
que a graça da vida é estar vivo
como agora que eu escrevo a minha vida
no esqueleto desta canção.

EVOLUCIÓN (ESPAÑOL)

Nací en el penúltimo més del año
algo prematuro y envuelto en paños
entre las piernas de mi madre
la vida surgió como una canción,
me escabullí ágil como una serpiente
y ante la mirada atenta de la gente
me transformé en todo un escorpión.

Las fotos que mi padre me tiraba
me llenaban de luces la mirada
mientras le daba cuerda a mi reloj
para no atrasarme para la gran fiesta
que comenzaria después de dormir la siesta
donde los granos en la piel inauguraban
mis esperanzas con el estirón.

Nadaba entre las aguas de la vida,
bebía las consignas transfundidas
que en los años de oro me daba la revolución,
lleno de sueños me vestí con banderas,
con consignas que eran como enredaderas
en un futuro escondido en una piel de camaleón.

Aún recuerdo a mi madre como una princesa
llena de candor y de belleza
que realizaba los sueños que le nacían en el corazón,
recuerdo a mis abuelos, a mi padre con su moto,
al mar particular, a mis juguetes y las fotos
que congelaban mi alma en papeles sin color.

En la escuela las nenas me enamoraban con recados
que con disimulo dejaban en la mano
de mi hermana en papelitos de bombón,
en los tiempos en que le temia a los besos
en los tiempos en que no sabía lo que eran excesos
en los tiempos en que le tenía miedo al amor.

En un día de esos que no acaban
dejé que un par de piernas me robaran
lo que aún me quedaba de temor
a la orilla de la playa donde mis calzoncillos
me sonrojaron la piel mientras, así de sencillo
se llenaron de sal antes de la pasión.

Recuerdo que conversaba con las plantas
que me regalaban sus raíces como santas
cuando las luces desaparecían con el apagón,
a ellas les cantaba mis propias vergüenzas
tarareaba mis canciones y mis promesas
en el jardín de la casa de ochenta y dos.

Cerca del mar con las burbujas del día
hacía realidad todas las fantasías
que me surgían del alma como una canción,
cuando mis padres me dieron sin amarras
la música envuelta en una guitarra
justo el día en que me hice doctor.

Viví con las poesías dentro de la cabeza
con mis sueños llenos de belleza
cuando diagnosticaba infecciones
y cuando trataba el dolor,
no sabía yo que esta guitarra un día
curaría las tristezas y que me daría
las alas que hacen volar a mi corazón.

Justo cuando más lo necesitaba
y cuando menos lo esperaba
perdí a mi viejo de un sopetón
como se pierde la vida cuando mueres
cuando pierdes el sentido, cuando te hieres
cuando te olvidas de la letra de una canción.
Se fue y me dejó sin su presencia
sin sus besos, sus consejos, sin su esencia
se fue y me dejó sin su emoción
como si me castigaran por las veces que maldije,
por las veces que blasfemé cuando dije
que siempre me quedaria bien lejos de Dios.

Así se hicieron añicos mis espejos
en ese ciclón de lágrimas sin consejos
en ese torbellino sin razón,
en ese mar de hormonas y de fuego,
de barcos, de libros y de juegos
de historias que no terminan, de pasión
como un manantial de dudas y rencores,
de corazones partidos y dolores
de ausencias que llenan el alma
de cualquier mortal que pierde la voz.

Em aquellos tiempos en que las estrellas
encima de otro coche no podían lucir más bellas
cultivé amigos que sumaban más de dos
me inicié en el arte de las borracheras
comencé a usar mejor las escaleras,
y aprendí a besar cada vez mejor.
Wicho, Ricardo y los dos Humbertos
Evelyn y Galia no me dirán que miento
si digo que quería siempre ser el mejor,
mejor en el arte de continuar vivo
de no vegetar, de no vender mi destino
por quimeras o por sueños sin valor.

Como guardian del cuerpo de los enfermos
aprendí cosas que si te las cuento
el tiempo sería corto, no me alcanzaría la voz:
por ejemplo, sé que el bostezo es contagioso
que no funcionas bien si estás nervioso
que las lagrimas no se esconden del dolor,
que el corazón no alberga los sentimientos,
que el amor no se cura con cocimientos
y que estar vivo es casi um don.

Viví en La Habana sin ser el mismo de antes
bebí caravanas de sentimientos gigantes,
conocí a Silvio a través de su canción,
oí a Queen, a los Beatles y a Pink Floyd
Serrat y Mayito me mostraron lo que soy
Martí y Benedetti me regalaron la emoción
con sus poesias que llenaron mis pulmones
y me hice grande, alimenté los ciclones
que viven todavia dentro de mi corazón.

En eso llegó Beatriz vestida de poemas
como un dulce se regaló, como una gema
con las manos vacías y llenas de amor,
con ella descubrí el orígen y el precio de todo
de la distancia, del final y del lodo
y de los regalos que te brinda el cuerpo
cuando te enamoras de una ilusión.

Por vuelta de los años noventa
cuando todavía no llegaba a mis treinta
la Perestroika llegó a las fronteras de la razón
sus olas sonaron tan alto que no oía
lo que en la televisión alguien me decía
y como un gusano que se vuelve mariposa
me vestí con ropas nuevas y cinturón.

Me amarré a la espalda todos los sueños
que tenía en las noches como diseños
y mis días se hicieron tan calientes
como el infierno después del armagedón,
contaba mis costillas una por una
quería gritar como lo hace un perro a la Luna
quería volar con mis alas, cantar con mi propia voz,
quería tejer mis horizontes
quería poseer las ciudades y los montes
quería vivir sin que alguien me dijera
lo que yo podía hacer y lo que no.

Así crecieron tanto todos mis sueños
que la única forma era volverme su dueño
y me escabullí usando las alas de un avión
que zarpó sobre largas serpientes de agua
sobre sábanas de luz que nunca se acaban
sobre colchones de árboles y de sol.

Me fugué de los días sin estrellas
de los uniformes militares y las promesas
que nunca cumplieron los que decían
ser los dueños de la razón,
los que laceraron mi inocencia como un grito
en las noches en que ser libre era um mito
me fugué de mí mismo para transformarme en "yo".

Llegué volando finalmente a la tierra
que veía desde siempre en las estrellas
en que me vestía con ropas de gladiador
donde el samba se parece con la rumba
aquí donde la música no tiene tumba
me vistieron de disidente sin perdón.

Seguí mis instintos, cumplí mis promesas,
convencido de mis alas y mi destreza,
decidido a vengar todos aquellos años
que siempre me negaron con argumentos sin valor,
descubri el mundo y sus caminos
esos que me llevan a miles de destinos
que se dibujan ante mis ojos de explorador.

En el mismo corazón de las Tres Puntas
conocí a una nena sin hacer preguntas
que tenía en el cuerpo cascaveles y ron,
y en las noches en que junto a ella dormía
en las trampas de sus fantasías caía
llenas de aventuras de perder la razón.
En las Minas Gerais sobreviví a sus uñas cortas,
a su lengua perversa, a su cuerpo sin puertas
a sus nalgas bellas y a su sexo de rebelión,
ella nació para vivir debajo de mi cintura
hecha de nubes como una cosa pura
ella había nacido para ser canción
cuando cada madrugada se vestía de fiesta
y entre las sábanas me regalaba su néctar
resucitaba mi piel entre los carnavales de estación.

Seguí los pasos que me regaló la vida
y encontré los ojos de una chiquilla
que eran como un sueño, como una visión
llena de amanecer en su mirada
en un casi noviembre con su llegada
sin pedir permiso se me apareció
mientras me hacía jurar frente al espejo
que sería su padre hasta que fuera un viejo
que cuidaría de ella hasta el armagedón,
le prometí que vencería a "los malos",
que haría una guerra de dulces con soldados
que mataria los ódios en el corazón,
que construiría inmensos castillos de arena
que conquistaría tierras y la llamaría de "nena"
que calmaría los dolores con mi escudo de curador.

Llego por fin hasta estos putos días
mientras digo que todo esta muy bien,
y por que no estaría?
porque el abdomen no cubre mis genitales,
los cabellos aún no están blancos,
y tengo muy buenas energías para hacer el amor,
todavía me fabrico cientos de horizontes
con los brazos que me sobran,
con la voz que no se rompe,
con los poemas que el alma me violan
con mis espaldas heridas, con la voz,
con mis manos y sus dedos intactos
con mis versos, mis auroras y con los cantos
de la guitarra que me abrió um buen día
las anchas puertas del amor.

Aqui estoy celebrando cumpleaños
entre amantes, doncellas y entre los años
con botellas de vino, deseos realizados
promesas cumplidas y viajes de avión,
resucitando palabras, descubriendo países,
matando leones y comiendo perdices
tratando de salvarme del olvido
y haciendo mi propia revolución.

Sé que soy eterno mientras esté vivo
en este mundo en que los destinos
vienen tatuados en el corazón,
y sé que muero un poco si no te toco el cuerpo
y ando desnudo como un ángel perverso
cuando me expulsas de tu mundo como a un ladrón.

Traigo conmigo todos mis cumpleaños
mis errores, mis vergüenzas y los largos años
que dentro de mi mochila se hicieron mejor,
conservo lo que heredé de la vida
mis frutas frescas y también las podridas
y todas mis amantes que siempre caben
en el hueco de mi corazón.

Hoy sé quien soy, sé lo que me aterra
sé que los odios viven debajo de la tierra
sé que ser feliz tiene gusto de emoción,
sé que el amor es un sentimiento divino
que mi beso no será nunca prohibido
si mi boca quiere besar este mundo de color.
Hoy sé que mis pasos son el camino
que ser felíz es mi único destino
que mi combustible és todavia lá pasión,
aprendí que sin mis poemas no sobrevivo
que la gracia de la vida es estar vivo
como ahora que escribo mi vida
en el esqueleto de esta canción.

SEMPRE QUE ME FALTAS, TE INVENTO (PORTUGUES)




Sempre que me faltas,
me faltas tanto!
que espalmo meu ombro
ate me convencer de que tudo
esta bem, e que quase tudo
se resolve com uma emboscada
ou com um ninho entre os dois.

Sempre que me faltas,
me faltas tanto!
que minha cabeça voa entre tuas pernas
nao sou um santo!
meus sonhos como carrascos
congelam meu pranto
e tropeço sem querer
com um drink com gelo e limão.

Sempre que me faltas,
me faltas tanto!
e minhas mãos te querem,
te queren tanto!
que minhas pernas se perdem
pelas ruas desta vida
arrastada e complexa
estreita, defunta e vazia
pouco discreta e perversa
como filme de terror.

Sempre que me faltas,
me faltas tanto!
que meus sonhos de adolescente
se derretem na tua saia
como uma mancha de neón,
a dos centímetros
do meu monte sem Venus
de minhas costeletas sem pelos
de meus sapatos gastados
e de meus braços de avião.

Será que ainda eu posso,
com estas maos
e com estes medos
penetrar tuas longas horas
sem que as brasas cheguem
ao meu coracão?

Por ti roubo meus poemas
plagio todas minhas canções
por ti lavo minhas feridas
não desisto de minhas paixões
vivo todas minhas vidas
e desisto dos perdões
neste mundo que se termina
enquanto eu te escrevo versos
e por qué não estamos juntos?
pelo amor de Deus!

Eu já sabia, bem que eu sabia!
que por não ter voce aqui,
desfeito ficaria
sem ar e sem fogo,
sem versos e sem estrelas
sem finais e sem começos
sem astros e sem donzelas,
mais deserto de medo
mais experto em veneno
ou mais criativo em amor.

Eu vou atrás das lembranças,
dos meus fracassos e feridas
que se abrem na minha carne
como maçãs podres
enquanto vou pelo mundo
vestido de estação,
vou atras de teus olhos
abertos como tuas pernas
desenhados vão no meu sangue
como os charcos de tua voz.

Sempre que me faltas,
me faltas tanto!
que por ti eu me faço de mel
me faço de pranto
me faço de fogo
por ti eu me faço melhor
enquanto minha vida passa
com todos meus medos
e estou só com você aqui
comigo na minha dor.

Sem ti, vivo como se no vivesse
como si o mar não tivesse
suas algas nem suas tristezas
como se o sal estivesse
nos olhos da beleza,
como se meus desejos dourados
descansssem na ursa maior,
como se o ar fosse meu
como se não tivesse
cicatrices nas mãos
nem vergonha, nem razão.

Nestes dias eu me sinto
com esta ferida aberta,
como se despertasse no ninho
de uma águia faminta,
como se estivesse morto
como se não estivesse
neste quarto vazio,
nesta casa deserta
e minha sombra fosse apenas
que esta parodia de amor.

SIEMPRE QUE TE EXTRAÑO, TE INVENTO (ESPAÑOL)


Siempre que te extraño
te extraño tanto!
que me doy palmadas en el hombro
hasta convencerme que todo
está bien, y que casi todo
se resuelve con una emboscada
o con un nido entre los dos.

Siempre que te extraño
te extraño tanto!
que mi cabeza vuela entre tus piernas
no soy un santo!
mis sueños como verdugos
me congelan el llanto
con segundos reprisados
con versos deshechos
y me doy de narices
con un trago con hielo y limón.

Sempre que te extraño
te extraño tanto!
y mis manos te quieren,
te quieren tanto!
que mis piernas se pierden
por las calles de esta vida
arrastrada y compleja
estrecha, difunta y vacía
poco discreta y perversa
como filme de terror.

Sempre que te extraño
te extraño tanto!,
que mis sueños de adolescente
se derriten en tus faldas
como una mancha de neón,
a dos centímetros justos
de mi monte sin venus
de mis patillas sin pelo
de mis zapatos gastados
y de mis brazos de avión.

Será que todavía puedo
hablarte con estas manos
y con estos miedos
penetrar tus largas horas
sin que las brasas lleguen
a mi corazón?

Por ti robo mis poemas
plagio todas mis canciones
por ti lavo mis heridas
no desisto de mis pasiones
vivo todas mis vidas
no reclamo por mis perdones
en este mundo que se acaba
mientras te escribo versos.
Por qué no estamos juntos?
por el amor de Dios!

Ya sabía, bien que yo sabía!
que por no tenerte aqui,
deshecho quedaría
sin aire y sin fuego,
sin versos y sin estrellas
sin finales y sin comienzos
sin astros y sin doncellas,
más desierto de miedo
más experto en veneno
o más creativo en amor.

Y me voy detrás de los recuerdos,
de mis fracasos y heridas
que se abren en mi carne
como manzanas podridas
mientras voy por el mundo
vestido de estación,
voy detrás de tus ojos
abiertos como tus piernas
dibujados van en mi sangre
como los charcos de tu voz.

Sempre que te extraño
te extraño tanto!,
que por ti me hago de miel
me hago de llanto
me hago de fuego
por ti, me hago mejor
mientras mi vida pasa
con todos mis miedos
y solo te tengo aqui
conmigo en mi dolor.

Sin ti, vivo como si no viviera
como si el mar no tuviera
sus algas ni sus tristezas
como si la sal estuviera
en los ojos de la belleza,
como si mis deseos dorados
descansaran en la osa mayor,
como si el aire fuera de acero,
como si el mar fuera mío
como si no tuviera miedo
ni cicatrices en las manos
ni vergüenza, ni razón.

En estos dias me siento
con esta herida abierta,
como si despertara en el nido
de una águila hambrienta,
como si estuviera muerto
como si no estuviera
en este cuarto vacio,
en esta casa desierta
y mi sombra fuera nada más
que esta parodia de amor. 

CARNE DE SOL (ESPANOL)


Amo tu carne de sol
entre tus piernas desnudas
por donde te ofrezco el amor
que aparece con la luna,
y brilla a tu alrededor
como si tu fueses suya.

Como una piedra en el mar
inmersa en tu recanto
memorizo la letra del aire
así contenida en este canto,
y sonrío para no llorar
para que no oigas mi llanto.

Tan cerca nunca reclamo
de ti en esta noche a dos
con tu boca que yo amo,
desata el verbo y tus nudos
vuelvo para besar tus manos
antes de oir tu voz.

Pierde sin tener mas nada
muere sin que todavia existas
parte antes de que te quedes,
corre sin perder mi pista
vive los años que faltan
antes de que me desvista.

CARNE DE SOL (PORTUGUES)


Amo tua carne de sol
entre tuas pernas nuas
por onde ofereço o amor
que aparece com a lua
e brilha ao teu redor
como se tu fosses sua.

Como uma pedra no mar
submersa no teu recanto
decoro a letra do ar
assim contida neste canto
e sorrio para não chorar
para que não ouças meu pranto.

Tão perto nunca reclamo
de ti nesta noite a dois
com tua boca que eu amo
desata o verbo e teus nós
volto para beijar tuas mãos
antes de ouvir a tua voz.

Perde sem ter mais nada
morre sem que ainda existas
parte antes de que fiques
corre sem perder minha pista
vive os anos que faltam
antes de que eu me vista.