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segunda-feira, 1 de julho de 2013

JOGO DE LETRAS (PORTUGUES)


Hoje eu vou dizer
algumas mentiras,
vejamos se consigo:
que não bebo vinho,
que não faço amor,
que não sonho contigo.

Hoje eu vou dizer,
deixa ver se eu me lembro,
sem querer um poema:
o quê é poesia?
e tu o perguntas?,
esse é o meu dilema:

Enquanto mais louco, mais lúcido,
minha verdade é o que minto,
meu arpão é o meu poema.

Mas também direi,
e pensando melhor
algumas verdades:
a mulher não é melhor
por um capricho insano
das vogais.

Hoje eu vou viver
na borda do abismo
nem que seja um pouco:
sei que estás no final,
sei que vou te encontrar
tão perto, que te toco.

Hoje eu vou dizer
umas quantas bobagens,
deixa ver se o penso:
um mais um, não é dois,
o punho ganha da voz
e isto é só o começo.

Mas também direi
e pensando melhor
algumas verdades:
a mulher não é melhor
por um capricho insano
das vogais.

Hoje eu vou dizer
sem medo de errar
o que sempre soube:
que tua voz é a minha voz,
que posso ser o arroz
que tua boca ocupe.

Hoje eu vou dizer
só por hoje, não sei bem
o que ninguém me disse:
que teu coração me deixou,
que teu beijo fugiu,
que a vida é uma chatice.

Faça o que quiser de mim
não me deixe viver assim:
me tira desta mesmice.

Hoje eu vou dizer
e não vou mentir
o que me disseram:
a vida é uma grande Babel,
uma safra a granel
é uma festa sem medo.

Mas também direi
e pensando melhor
algumas verdades:
a mulher não é melhor
por um capricho insano
das vogais.

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