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sexta-feira, 3 de maio de 2013

SE EU PUDESSE (PORTUGUES)


Si eu pudesse dizer
o que agora me calo
o que não sai na voz
o que o tempo me nega,
poderia outra vez morrer
ou chegar como um raio
sedento de dizer
o que minha alma prega.

Si eu pudesse ser
o primeiro na tua lista
encherias com sirenas
meus ouvidos de marinheiro,
como as ondas do mar
tua voz já me conquista
e arrisco em cada beijo
minhas dores e meus medos.

Si eu pudesse beber
teu amor sem medidas,
beijar a tua voz,
preencher teus poros,
como um animal feroz
cobrir tua pele com mordidas
e contemplar teu corpo
derramado como um coro.

Si eu pudesse visitar
o vazio de tua cama
onde um cabelo solto
foi minha única lanterna,
si eu pudesse imaginar
uma vez mais tua chama
e sentir que meus olhos
se derretem em tuas pernas.

Si eu pudesse fazer
de tuas mãos minha chuva
me molhar na tua sede
me afogar na tua ternura.
Si eu pudesse ter
o mar que tu diluvias
ouvir a luz de tu voz
ser teu mal e ser tua cura.

No sé más o que fazer
com esta rua deserta,
teus sonhos ainda doem
como uma ferida aberta!

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