Páginas

Total de visualizações de página

sexta-feira, 29 de julho de 2011

RESCATE (ESPANOL)

Hacer un poema
es poner el alma sobre un papel
dibujar con letras
las arañas del pensamiento,
libertar los trazos
y hacer llorar la pluma
como único testigo.

Llegaste
como llega el verano sobre el tiempo
con las horas adelantadas
en todos los rincones del planeta
y de repente
me ví volviendo a la época
de las pecas en el rostro,
reabriendo gavetas
reencontrando juguetes
que había olvidado
en el fondo del armario.

Me hice de hierro
hasta que duró la magia
y descubrí de pronto
que estaba hecho apenas de nubes.
De esta vez siento
que no soy el dueño de la luz
mas sí la propia luz
blanda, frágil, verde, sin límites.

Si este viento no fuera de acero,
juro que daría golpes
contra la sombra de los árboles.

Quisiera tener ahora
tus manos sobre los ojos
sin ocultar nada, sin revelar nada,
tocar el fondo de tu cuerpo,
respirar por tus pulmones la lluvia
que rueda por tus cabellos
sueltos y escarpados,
desnudar tu pecho nuevo
con mis viejas manos.

Hoy tu voz se hizo más próxima
y dibujé con ella dos lágrimas azules,
recordé tus pies temblando
bien arriba de mis hombros
y tu cuerpo apareció
envuelto en mis manos
que dibujaron sin prisa
el camino del placer.

Cuánto daría
para humedecer con saliva
los orgasmos que hipnotizaron
las noches blancas de mis suenos.
Cuánto daría
por creer un poco en esa verdad,
y tener tus uñas
entrando en el corazón del pecho,
salvar los pecados
que ahora se pierden
entre la tarde que me dá espanto
y tu inocencia.

Mas no puedo adivinar una respuesta
ni apostar una sonrisa
mas allá de nuestras voces.
Ahora apenas puedo dejar
que las hojas caigan
antes que el suelo se gaste
y el polvo sea mi cobertor
y mi única linterna.

RESGATE (PORTUGUES)

Fazer um poema
é colocar a alma sobre um papel
é desenhar com letras
as aranhas do pensamento,
soltar os traços equívocos y toscos
e fazer chorar a caneta como única testemunha.

Acabei de abrir a última comporta
que me levará de retorno a tuas mãos de vento,
pois desta vez sinto
que não somos os donos da luz
mas sim a própria luz
branda, frágil, verde, sem limites.

Acreditei
que era de ferro enquanto durou a mágica
e descobri que estava feito apenas de nuvens.
Você chegou como chega o verão sobre o tempo
com as horas adiantadas
em todos los cantos do planeta
e de repente me vi voltando à época
das sardas no rosto,
reabrindo gavetas y reencontrando brinquedos
que havia esquecido no fundo do armário.

Se este vento no fosse de aço,
eu juro
daria murros
contra a sombra das árvores!
sinto muita saudade
de tus suaves mãos de chuva
que um dia reviveram
meus dois pés agonizantes.

Queria agora
ter tuas mãos sobre os olhos
sem ocultar nada, sem revelar mais nada,
tocar o fundo de teu corpo,
respirar pelos teus pulmões a chuva
que roda por teus cabelos
soltos e cacheados.
Despir teus seios novos
com minhas velhas mãos.

Hoje tua voz ficou mais próxima
e desenhei com ela duas lágrimas azuis,
lembrei teus pés tremendo
bem acima dos ombros
e teu frágil corpo apareceu
embrulhado nas minhas mãos
que desenharam sem pressa
o caminho do prazer.

Quanto daria
para acreditar de novo nessa verdade!
para ter tuas unhas entrando no coração do peito,
salvar os pecados que agora se perdem
entre a tarde que me espanta e tua inocência,
quanto daria para umedecer com saliva
teus orgasmos lindos e indiscretos
que hipnotizaram
as noites brancas dos meus sonhos.

Mas não consigo adivinhar uma resposta
nem apostar um sorriso
além de nossas vozes.
Agora apenas posso deixar
que as folhas caiam
antes que o chão se gaste
e o pó seja meu cobertor
e minha única lanterna.

domingo, 17 de julho de 2011

FRIO (PORTUGUES)

Faz frio,
estou com os pés gelados
como si tivesse andado
descalço sobre a neve.

Faz frio
e a respiração a sinto rápida,
cheia de uma fumaça branca
que embaça as retinas quando esquento
as mãos na minha boca.

O frio se move
como un pião desgovernado
no chão do céu vai daqui para lá,
como si fosse un amante inseguro,
deixa rastros de inconformidade
nos ríos desbordados,
nas casas sem seus tetos
e nos humanos sem suas camisas.

Há frio lá fora
mas não reclamo tanto,
pois meu coração arde
e a alma a sinto em brasas.
O qué dizer de minhas mãos
que incendiam tudo o que tocam
- mal posso escrever este poema.

Quero ver quem se atreve
a brincar comigo
neste día de inverno!

FRIO (ESPANOL)

Hace frio,
estoy con los pies helados
como si hubiese andado
descalzo sobre la nieve.

Hace frio
y la respiración la siento rápida,
llena de un humo blanco
que empaña las retinas cuando caliento
las manos en mi boca.

El frio se mueve
como un trompo desgovernado
en el piso del cielo
va de aqui para allá,
como si fuera un amante inseguro,
deja rastros de inconformidad
en los ríos desbordados,
en las casas sin sus techos
y en los humanos sin sus camisas.

Hay frio allá afuera
mas no me quejo tanto,
pues mi corazón arde
y el alma la siento en brasas.
Qué decir de mis manos
que incendiam todo lo que tocan
- mal puedo escribir este poema.

Quiero ver quién se atreve
a meterse conmigo
en este día de invierno!

QUE SOY? (ESPANOL)


Los sentimientos nunca hierran,
ellos sin dudas, nunca engañan
ni cuando mismo se inventan
ni cuando mueren o ganan.

Soy esa agua aún no bebida
el pan descascado, la resaca
soy el ave negra en tu Paraíso
las olas viejas ya pasadas.

Soy la flecha del santo en la cruz
que sacrifica el pecho con la lanza,
soy la sombra que pierde para la luz
agua de manantial que nunca se cansa.

Soy la semilla germinada, atrevida
sosiego, tragédia, la media palabra,
furia dormida, pasaje solo de ida
la mancha negra en la piedra blanca.

Soy el andar, la brújula sin norte
lo urgente, lo imposível, las amarras
el amor si yo fuera herido de muerte,
pie que no anda, mano que no agarra.

Soy el cirujano sin su escalpelo
el vientre herido por una lanza,
Sansón con Dalila, sin sus cabellos
Napalm en el corazón de una dama.

Soy mancha en la retina de un vidente
la fiebre escupida, la piedra lanzada,
el amanecer sin sol en el horizonte
piel de bruja que arde en las brasas.

No puedo salvarte de tus ideias
sensaciones, pecados y palabras,
no te salvo aunque no lo creas
y sin salvarte, sé que te salvas.

Soy el vício terríble de la rutina
la cura, el abismo, el beso, la daga
de este nuevo camino que alucina.
Qué es lo que me ata? Todo y nada.

O QUE SOU? (PORTUGUES)

Os sentimentos nunca erram,
não duvides, eles nunca enganam
nem quando mesmo se inventam
nem quando morrem ou ganham.

Sou essa água ainda não bebida
o pão descascado, a ressaca
sou a ave preta no teu Paraíso
as ondas velhas já passadas.

Sou a flecha do santo na cruz
que sacrifica o peito com a lança,
sou a sombra que perde para a luz
água do manancial que não cansa.

Sou a semente germinada, atrevida
sossego, tragédia, a meia palavra,
fúria dormida, passagem de ida
a mancha preta na pedra branca.

Sou o andar, a bússola sem norte
o urgente, o impossível, as amarras
o amor se eu for ferido de morte,
pé que não vai, mão que não agarra.

Sou o cirurgião sem seu escalpelo
o ventre ferido por uma lança,
Sansão com Dalila, sem cabelos
Napalm no coração de uma criança.

Sou mancha na retina de um vidente
a febre cuspida, a pedra lançada,
o amanhecer sem sol, o poente
a pele de uma bruxa nas brasas.

Não posso te salvar de tuas idéias
sensações, pecados e palavras,
não te salvo embora não o creias
e sem te salvar, sei que te salvas.

Sou o vicio terrível da rotina
a cura, o abismo, o beijo, a adaga
deste novo caminho que alucina.
O que me prende? Tudo e nada.

sábado, 2 de julho de 2011

UNO, DOS , TRES...! (ESPANOL)

Al escuchar decir “uno”
ella siente que la vida para,
y por unos segundos se le traba la voz
pero continua el desafio.

Cuando oye decir “dos”
se queda con los ojos
pegados en el techo,
quiere adivinar
la fuerza de esos sonidos
y duda al decir algo.

Al oir decir “três”
se calla veloz,
cierra su boca de canela
y por si las dudas
cierra también las piernas.
Normalmente
este es el límite que la hace
pensar en su futuro
y también en su presente.

Percibe que no hay más números
para obedecer o caer de miedo
y no quiere apostar
lo que pueda suceder
si desobedece el comando.

Así, aprende la lección
de obedecer a quien más sabe
y estirar esta mesura
por los años que aún tiene
de amanecer llena de sueños.

Bueno, no vamos a exagerar
mi hijita de 5 años
solo necesita de tantos números
para hacer su tarea de matemáticas.

UM, DOIS, TRES...! (PORTUGUES)

Ao escutar dizer “um”
ela sente que a vida para,
e por uns segundos a sua voz trava
mas continua o desafio.

Quando ouve dizer “dois”
fica com os olhos
grudados no teto,
quer adivinhar
a força desses sons
e duvida ao dizer alguma coisa.

Ao ouvir dizer “três”
se cala veloz,
fecha sua boca de canela
e pelas dúvidas
fecha tambem suas pernas.
Normalmente este é o limite
que a faz pensar no seu futuro
e tambem no seu presente.

Percebe que nao ha mais números
para obedecer ou então cair de medo
e nao quer apostar
o que poderia acontecer
se desobedecesse o comando.

Assim, aprende a lição
de obedecer a quem mais sabe
e esticar esta messura
pelos anos que ainda tem
de amanhecer cheia de sonhos.

Bom, não vamos exagerar:
minha filinha de 5 anos
somente necessita de tantos números
para fazer seu dever de matemáticas.

VAMOS A PE (PORTUGUES)

Vamos a pé
até o centro do mundo
onde eu possa te despir
sem medo do frio e do tempo,
onde eu possa te dizer
o que sempre gritei
em meus sonhos molhados.

Vamos andando
até encontrar as pisadas
que nos guiaram
quando començamos a travessia,
cheios de rosas no coração
luzes nos pés e azul na alma.

Vamos a pé
até que cansemos de andar
e o suor corra pelo corpo
como a água que quiz beber
nessas noites que amanhecia
com a boca seca,
com os olhos úmidos
pensando e sonhando com a morte.

Vamos depressa sem descansar
inventando as carícias
que nos eternizaram,
quando achávamos que o mundo
cabia em nossas mãos,
e dormiamos sozinhos, presos
em nossa própria cabeça.

Vamos finalmente
até a porta do meu quarto,
mas me deixe te levar nos braços
pois não quero que te percas de mim
que te escorras entre os dedos
como um punhado de sol,
como as velhas cancões
que morrem e não voltam.

VAYAMOS A PIE (ESPANOL)

Vayamos a pie
hasta el centro del mundo
donde pueda desnudarte
sin miedo del frio y del tiempo,
donde te pueda decir
lo que siempre grité
en mis sueños mojados.

Vayamos andando
hasta encontrar las huellas
que nos guiaron
cuando comenzamos la travesia,
llenos de rosas en el corazón,
luces en los pies y azul en el alma.

Vayamos a pie
hasta que nos cansemos de andar
y el sudor nos corra por el cuerpo
como el agua que quise beber
en essas noches en que amanecia
con la boca seca,
con los ojos húmedos
pensando y soñando con la muerte.

Vayamos deprisa sin descansar
inventando las caricias
que nos eternizaron,
cuando creíamos que el mundo
cabía en nuestras manos,
y dormiamos solos, encerrados
en nuestra propia cabeza.

Vayamos por fin
hasta la puerta de mi cuarto,
pero déjame llevarte en los brazos
no vaya a ser que te me pierdas
y te escurras entre los dedos
como un puñado de sol,
como las canciones viejas
que se mueren y no vuelven.