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domingo, 17 de julho de 2011

O QUE SOU? (PORTUGUES)

Os sentimentos nunca erram,
não duvides, eles nunca enganam
nem quando mesmo se inventam
nem quando morrem ou ganham.

Sou essa água ainda não bebida
o pão descascado, a ressaca
sou a ave preta no teu Paraíso
as ondas velhas já passadas.

Sou a flecha do santo na cruz
que sacrifica o peito com a lança,
sou a sombra que perde para a luz
água do manancial que não cansa.

Sou a semente germinada, atrevida
sossego, tragédia, a meia palavra,
fúria dormida, passagem de ida
a mancha preta na pedra branca.

Sou o andar, a bússola sem norte
o urgente, o impossível, as amarras
o amor se eu for ferido de morte,
pé que não vai, mão que não agarra.

Sou o cirurgião sem seu escalpelo
o ventre ferido por uma lança,
Sansão com Dalila, sem cabelos
Napalm no coração de uma criança.

Sou mancha na retina de um vidente
a febre cuspida, a pedra lançada,
o amanhecer sem sol, o poente
a pele de uma bruxa nas brasas.

Não posso te salvar de tuas idéias
sensações, pecados e palavras,
não te salvo embora não o creias
e sem te salvar, sei que te salvas.

Sou o vicio terrível da rotina
a cura, o abismo, o beijo, a adaga
deste novo caminho que alucina.
O que me prende? Tudo e nada.

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