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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O MUNDO DENTRO DE UM ABRAÇO (PORTUGUÊS)


Sempre acreditei que minha alma era um pássaro,
vestido com asas de borboleta e olhos talhados nela,
estendidas no universo das flores como bandeiras,
ou como a aurora boreal que acontece nas noites sem lua
e os mesmos lençóis maternais
que aconchegam os sonhos do mar.

Também percebi meus braços como brasas
espalhados pelo oceano como ondas de tsunami,
abraçando ilhas, invadindo praias e inundando continentes
fundindo-me às rochas como as conchas e os corais.

Quase sempre imaginei meus pés como vulcões gigantes
incrustados à terra como montanhas de lava de fogo,
o fazendo parte dela quando queima, quando abrasa
petrificada e selvagem, extensa guarida do nada.

Este mundo de incertezas, medos e revoluções
não e mais capaz de se alimentar por conta própria,
não é capaz de seguir por ai, dar mais um passo
sem o calor da pele dos humanos que um dia o inventaram.

Esta casa de todos acabará sendo alagada sem retorno
por nuvens de orgasmos, fetiches e beijos não marcados
por rios de aleivosia e prazeres veniais e mortais,
labirintos de flores, furacões de luz e tempestades de paz.

Neste mundo sem Deus
o perdão divino terá o sabor de um dilúvio de preces
com anjos alados e preciosos:
pecadores de sonhos, sonhadores de pecados...

Seja minha alma como aquele oceano de cantos
e ardentes como lava sejam meus braços de fogo!
Andem meus pés terriveis como pássaros em fuga
e vulcões sejam meus passos, esparramados e incertos!

Voem meus sonhos de lua, salte meu sangue imperfeito,
vibrem meus versos descalços, sonhem meus dedos de vento!

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