Ah! o que será, o que será
se tudo some, se tudo eu perco
até perdi meus anos e caminhos
perdi a memória, perdi o desejo
perdi minha inocência, meu destino
e perdi a ti, se mal não lembro.
Ah! o que será, o que será
o que me fere e eu não mais sinto
se minhas feridas não aparecem
e não sei mais por que lhe minto
a minha pele que não agradece
mais as fronteiras do carinho.
Ah! o que será, o que será
a quem eu temo, o que me espanta
se todos teus anos são meninos
se tua voz vira tão apenas palavras
se todas tuas horas tocam os sinos
que me acordam de madrugada.
Ah! o que será, por que será
se estou aqui morrendo vivo
nas minhas noites sem estrelas
que sem querer sonho contigo
e sem querer entro nas celas
que sempre fecham meu caminho.
Ah! o que será o que me doe
se minha dor logo se acalma
o que será quando propões
que sempre durma na tua cama
como sobrevivente de teus amores
ou como prisioneiro de tua alma.
Ah! o que será, o que será
o que não posso e não entendo
o que acontece nestas manhãs
sempre que sozinho eu desperto
sozinho com dor nas entranhas
coberto por este mar no deserto.
O que será se ainda procuro
teus passos perdidos quando andas
o que será se perco o rumo
e contigo me perco como nada
o que será se quase somos “uno”
quando tocas meu corpo como fada.
O que será, o que será?
o que será que eu estou sentindo
quando vejo que não me das
as tuas pernas se abrindo,
por que será que já não estás
e por que será que eu existo?
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