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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

SARAU EM PARATY (PORTUGUES)



Cânticos servidos em taças de negro álcool
dormidos neste mundo de flores e de telas
seqüestrado trás luminárias e corpos santos
que surgem do chão, das paredes e janelas
entre escândalos de cores, sombras e violões
com melodias adiando às lágrimas das velas.

Com tão aconchegante peito, esta tenra vida
oferece seu lácteo amanhecer enquanto estamos
dentro de suas pernas tão serenas, tão cumpridas
de cachaça, de vinho, de amor enquanto vamos
sem importar os limites das paredes coloridas
atentos aos poemas que gentilmente recitamos.

Música que encanta e canta enquanto encanta,
canta com as sobradas razões do mar em fúria
que nos traz esta vida quase diabo, quase santa
para assim morrer ou viver por ela sem angustias
com as pernas que de tão abertas quase dançam
bem no colo que de tão colorido cheira a tinta.

Sinto-me vivo neste manancial de noite feito dia
junto as damas de cabelos curtos e cumpridos
que cozinham cada aplauso em doce melodia
queimando neste frio, tão suado e derretido
nesta nua paixão com notas de terna alegoria
com as quatro mãos com que o violão é despido.

Sinto em cada pedra que roda viva por meus dedos
a paz que nestes tempos se me nega aos sentidos
a magia de seus vinhos embriagados como enredos
e a loucura dos cantos que semeam meus ouvidos.
Hoje sinto meus poemas mais distantes de meus medos
nesta sala que abraça com seus beijos meus caminhos.

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